Páscoa Ucraniana: escola traz celebração para sala de aula em solidariedade ao país europeu

Faltam poucas semanas para a Páscoa de 2022, momento em que muitas comunidades celebram a vida, a renovação e a esperança. Assim como o brasileiro, um dos povos com tradição nesse evento é o ucraniano. Neste ano, devido à guerra empreendida pelas forças da Rússia contra o país do leste europeu, o momento é abalado pela situação difícil que aquela nação enfrenta. Nesse sentido, o apoio de outros países é importante, e é com esse pensamento que uma escola de Curitiba movimenta pais, professores e estudantes a celebrar a Páscoa no estilo ucraniano.

Crédito – Divulgação.

A Escola Pedro Apóstolo, localizada no bairro Capão Raso, convidou a comunidade escolar para participar neste ano da confecção das pêssankas, tradicionais ovos coloridos que fazem parte da cultura ucraniana durante os festejos de Páscoa. Essa foi uma forma que a escola encontrou de se solidarizar com o povo da Ucrânia, que possui uma comunidade de imigrantes grande no Paraná, e ainda agregar conhecimento de um outro povo para a realidade dos estudantes.

“Talvez os alunos ainda não consigam compreender a dimensão que uma guerra pode tomar na vida das pessoas. Mas, com toda certeza, todos já nasceram prontos para entender que o amor move montanhas. E acreditamos que as crianças estão preparadas para compreender essa importância”, explica Carolina Paschoal, diretora da Pedro Apóstolo.

Sobre a atividade

O termo que dá nome ao objeto vem do verbo pysate, e significa “ovo escrito”. Ou seja, as pêssankas, ainda que pareçam peças pintadas, na verdade são escritas. Na confecção, é utilizada uma espécie de pena para decorar as peças, além de cera quente e tinta. Depois de prontos, na tradição da Páscoa ucraniana, os ovos são colocados dentro de cestas com alimentos, que podem variar conforme os costumes de cada família ou região da Ucrânia.

Neste início de abril, a Pedro Apóstolo segue os passos dessa tradição, repassada aos alunos dentro das rotinas escolares, em um trabalho conjunto. Tudo começou com as famílias, que enviaram cascas de ovos de galinha para a instituição. Com a matéria-prima em mãos, as crianças de todos os anos montam as peças.

Após terminar a confecção, dentro de cada ovo os estudantes vão colocar doces e balas de goma. Com tudo pronto, as pêssankas serão levadas pelos alunos para casa no dia 14 de abril, uma quinta-feira que antecede a Páscoa. “O mais interessante e que também mostra a tradição ucraniana é que a criança não vai ficar com o próprio ovo, mas de outro colega, justamente para mostrar a importância da partilha”, explica a diretora.

Motivação

A iniciativa da escola chamou a atenção das famílias, como é o caso do gerente de projetos Gleidson Leite Vieira, pai da estudante Maria Clara Cardoso Vieira. Ele é descendente de ucranianos – sua avó veio do país europeu. “Eu tenho ótimas lembranças da minha infância durante a Páscoa, durante a confecção de pêssankas e da troca de presentes. Nós com certeza aqui em casa vamos participar o máximo possível”, diz.

Para o pai de Maria Clara, o momento também é importante devido à guerra que atinge milhões de pessoas na Ucrânia. “Nós temos visto algumas atrocidades nessa guerra, pela quantidade de refugiados que isso tem trazido para o mundo, pessoas que sofrem, famílias que são separadas e crianças impactadas diretamente devido ao conflito. Por isso, realizar essa atividade é um momento importante para aproximar alunos da cultura ucraniana”, acredita.