MON inaugura a exposição “Bancos Indígenas do Brasil”

No ano em que completa duas décadas, o Museu Oscar Niemeyer (MON) realiza a aguardada exposição “Bancos Indígenas do Brasil”. A curadoria é de Marisa Moreira Salles e Tomas Alvim.

Banco Cadaicaru Galibi-Marworno. Crédito – Rafael Costa.

A mostra reúne mais de 200 bancos, pertencentes à Coleção BEĨ, provenientes de 40 etnias da Amazônia. Dividida em duas partes, a primeira é dedicada à extensa produção da Terra Indígena do Xingu, localizada no Mato Grosso. A segunda parte reúne demais povos indígenas de várias partes da Amazônia, localizadas no Acre, Pará, Tocantins, Maranhão, Roraima, Amapá e Amazonas. A exposição conta ainda com um banco de uma etnia de Santa Catarina e com seis grandes imagens feitas pelo fotógrafo Rafael Costa, no Território Indígena do Xingu (TIX).

“A arte indígena, assim como a asiática e a africana, sempre inspirou artistas. Cada vez mais aberto e plural, o Museu Oscar Niemeyer coloca lado a lado culturas diversas que, ao mesmo tempo que conversam, demonstram sua singularidade e nos permitem uma interessante visão de mundo”, afirma a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika.

Banco Macaco Mehinaku VI. Crédito – Rafael Costa.

Ela comenta que, ao realizar a exposição “Bancos Indígenas do Brasil”, o MON cumpre um dos principais papéis de um museu: o de estabelecer diálogos entre culturas e territórios por meio da arte.

“Se pensarmos nos povos originários como primeiros designers brasileiros, podemos alongar o olhar sobre a imensa contribuição dos indígenas em variados aspectos da cultura”, diz Juliana.

Para a superintendente-geral da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, com a presente exposição, o Museu acrescenta mais uma camada à sua abordagem plural das artes. “Estabelecer uma ponte com povos originários por meio de objetos simbólicos de suas culturas é um presente para o grande público que visita o MON, essa importantíssima instituição cultural do Paraná”, afirma.

Banco Macaco Mehinaku VI. Crédito – Rafael Costa.

Os curadores explicam que a Coleção BEĨ nasceu de um deslumbramento estético com a inequívoca beleza de formas, cores, grafismos e texturas dos bancos indígenas brasileiros. “Sua trajetória parte do encantamento para a compreensão mais profunda de seus significados”, afirma Marisa Moreira Salles. “Ao abordar a arte dos povos originários com a realização dessa grandiosa exposição, o MON mostra o seu vanguardismo”, comenta Tomas Alvim.

Diálogo entre coleções de arte –
A diretora-presidente do MON conta sobre uma incrível coincidência que aconteceu com a chegada da coleção de Poty Lazzarotto, incorporada oficialmente ao acervo do Museu em 29 de março de 2022 (dia do aniversário de Curitiba e data em que seria o aniversário de Poty). Entre milhares de obras, há desenhos de bancos indígenas feitos por Poty, quando passou uma temporada no Xingu na década de 1960.

Os desenhos estarão disponíveis ao visitante, simultaneamente à exposição “Bancos Indígenas do Brasil”, num pequeno recorte da mostra, no hall térreo do Museu, próximo à saída de visitantes. “Tal afinidade prova a permeabilidade da arte”, afirma Juliana.

Serviço:
“Bancos Indígenas do Brasil”
Museu Oscar Niemeyer (MON)
Sala 6
www.museuoscarniemeyer.org.br