Nova mascote é inaugurada no Zoológico
“Como brincar aqui? Do quê? Eu brinco com o celular. Aqui não tem celular!”, disse João, de 8 anos. Ele foi uma entre as cerca de 200 crianças que participaram da ação realizada pelo instituto Ixépitanga, no Zoológico de Curitiba, durante a toda a tarde do feriado. A finalidade das três sessões de passeios guiados foi estimular a criatividade, a ludicidade e a brincadeira em sua essência, aquela que acontece independente dos brinquedos e recursos disponíveis. Tanto que, em poucos minutos, João já criava com pedaços de madeira, tecidos e outros materiais não estruturados. Eles viraram torres empilháveis, casas de animais, entre outas instalações.
“Focamos na brincadeira livre e orgânica numa lógica analógica, não a digital, virtual!”, explicou Marina Marini Mariotto Belotto, arquiteta e uma das responsáveis pela ação deflagrada em torno da escultura interativa de capivara gigante, instalada dias antes, para instigar um novo olhar quanto à brincadeira. Já que a as três toneladas de concreto armado que a compõem tem superfícies próprias para receber desenhos de crianças e adultos. “Resgatar o prazer do entretenimento simples, que começa em cada um de nós, é um dos propósitos do instituto Ixépitanga, que significa “Eu criança”, em Tupi Antigo, completa Belotto.
Os passeios foram guiados por uma equipe multidisciplinar composta por psicólogas, arquitetos, urbanistas e engenheiro. Cada qual aportou seu conhecimento, para auxiliar as crianças em cada uma das três incursões. A propósito dela, a psicóloga Rafaela Jaquetti, também do instituto Ixépitanga, percebia as manifestações infantis quanto à nova mascote de Curitiba, como um convite à imaginação. “Posso desenhar nela? Vou desenhar o que falta: olhos, boca, nariz, orelhas, coxinha”, disse Bruna, de 7 anos. “Eu gosto de coxinha. A capivara eu já não sei se gosta. Pode subir nela? Pode mesmo?”, continuou Bruna, entusiasmada com a novidade.
Já Caio, de 5 anos, preferiu desenhar no chão. Ele retratou o habitat da Capivara. Fez flores, peixes, água e mato. “Tudo que ela gosta”, explicou. Na visão de Jaquetti, se trata de uma criança que explora o brincar, que usa sua criatividade para elaborar a vivência, o que indica uma apropriação do ambiente.
Crianças propõem novas instalações durante passeios
“O que você está fazendo?”, indagou Jaquetti. “Eu não sei, quando terminar eu vou descobrir”, ponderou Rafael, de 7 anos. Ao fim, surgia uma rede para descansar. Uma teia para prender alguém. Ou se prender. Mas soltar depois. Cama de gato. Elementos que foram consolidados por arquitetos e serão considerados adiante, por ampla equipe, com a finalidade de criar instalações brincantes reais, inspiradas e solicitadas pelas próprias crianças, durante a experiência da brincadeira livre. “Com isto, queremos escutar as crianças, dar voz às infâncias”, explica Belotto. A arquiteta estima ter projetos finais dentro da próxima quinzena. Eles serão propostos à gestão do Zoológico para finalidade de se tornarem realidade e parte das instalações do Zoológico, em um futuro próximo.
Ação interativa para escolha de nome da capitava continua
Iniciada na semana passada, a ação interativa para sugestões de nomes para a capivara de concreto instalada no zoológico continua. “Já reunimos centenas de sugestões e comemoro o fato delas serem super criativas. Mas, mantemos a atenção em relação às novas ideias vindas do público, comenta Belotto. Interessados em participar devem votar através do Direct Messenger do perfil @ixepitanga, no Instagram, até dia 16, quando a votação será encerrada.