Em exposição interativa, artistas apresentam livros que podem ser manuseados

Está aberta a exposição “Livros de Terra”, na Galeria DeArtes da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Com trabalhos produzidos por artistas, estudantes e professores da rede pública que participaram de oficinas na universidade, a mostra explora a linguagem dos livros-objetos, desenvolvidos para serem manipulados pelas mãos do público.

Crédito – Divulgação.

Com materialidades e técnicas diferenciadas, as temáticas remetem às questões da terra, meio ambiente e arte. Ao todo, são 30 obras em cerâmica, tecido, papel, pintura e recortes.

Vale lembrar, que algumas das obras foram desenvolvidas nas oficinas de “Livros de Terra” do projeto de extensão “Espaços em Comum: Práticas Artísticas em Cerâmica”, vinculado ao curso de Artes Visuais da UFPR, sob a coordenação das pesquisadoras e professoras Joelma Estevam e Isabelle Catucci.

Ainda, foram convidados artistas já conhecidos, como Maikel da Maia, Luiz Retamozzo, Maria Helena Saparolli e Emerson Persona, que devem apresentar os trabalhos Minha Geografia, ComoVer, Livretos em Cerâmica e Campo Santo respectivamente.

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Até o dia 26 de setembro, a mostra permanece na Galeria DeArtes, no bairro Batel. Depois, entre os dias 03 a 29 de outubro, deve itinerar para a Galeria Municipal de Artes, em São José dos Pinhais, e segue, no dia 05 de novembro, para a Biblioteca de Ciência e Tecnologia do Centro Politécnico, onde permanece até o dia 28.

Proposta Curatorial
A proposta curatorial desenvolvida coletivamente entre alunos e professores, organiza trajetos de leitura em quatro grupos conceituais: Memória e ancestralidade, antropoceno e discussões sobre a natureza, processos construtivos e transformações do lugar e diversidade e pertencimento.

“Esta exposição traz alguns livros feitos de terra, de cerâmica e materiais que trazem a terra como principal tema”, afirma Isabelle Catucci. “Tentamos interpretá-la, representá-la e somos tocados por ela”. Ela também conta que a exposição está sendo pensada desde 2024, quando foi realizada a primeira oficina. “Com a perspectiva de patrocínio, conseguimos trazer mais pessoas, que contribuíram com seus trabalhos e pesquisas, permitindo uma troca mais profícua”, completa.

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Isabelle também afirma que algumas produções da mostra foram feitas com 48 professoras da rede pública de São José dos Pinhais, em oficinas que incentivaram a criação através do interesse em ativar e tornar presente as possibilidades da imaginação. “Reformulamos práticas e atenções que problematizam o colapso dos modos de vida e espécies, e, aos modos restritos de interpretar a terra”, completa.

A mostra também foi pensada de maneira que incentiva a leitura, aproxima a produção de arte contemporânea para diversos públicos e reflete sobre questões ambientais que permeiam o imaginário e cotidiano das pessoas.

Artistas
Para a integrante do projeto de extensão e estudante de Arquitetura e Urbanismo, Ruth Rensi, a temática da terra ajudou a guiar sua pesquisa. “Entrar em contato com tantas interpretações da Terra a partir da argila, foi enriquecedor”, disse. Ela também comenta a importância da mostra ser interativa e do público poder sentir o material com as mãos. “O fato da exposição ser 100% tátil, permite que todos sintam na pele, os sentimentos que os artistas colocaram em suas obras”.

Já para a estudante Giovana Tartas, que está no seu último ano do curso de Artes Visuais, a experiência abriu caminhos para que pensasse a prática artística a partir da cerâmica. “Compor esta exposição tem um significado especial, pois dialoga diretamente com o momento da minha pesquisa voltada para refletir sobre a ocupação da terra, as relações com o território e as formas sociais que se constroem a partir disso”, diz.

O estudante Gabriel Simões, conta que seu trabalho no grupo, o ajudou a entender as mudanças quando chegou à capital paranaense, vindo do interior de São Paulo para cursar Artes Visuais. “Quando vim pra Curitiba e comecei a conhecer mais pessoas, lugares e vozes, foi como descobrir acolhimento, hostilidade e exclusão, tudo ao mesmo tempo”, diz. O trabalho para esta exposição, fala um pouco sobre isso, sobre meus pequenos caminhos dentro dessa cidade grande”, completa.

A exposição é uma parceria do Departamento DeArtes com o Setor de Artes, Comunicação e Design, Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEC), Fundação da Universidade Federal do Paraná (FUNPAR), com apoio do Sistemas de Bibliotecas da UFPR, Prefeitura de São José dos Pinhais e patrocínio da ITAIPU Binacional.

Serviço:
Mostra Livros de Terra / Itinerância

1. Abertura: 04.09 I às 19h I
Departamento de Artes UFPR, na Rua Coronel Dulcídio, 638, Batel, Curitiba, PR.
Visitação: de 05 de setembro a 26 de setembro.
Horários e dias: Segunda a sexta (8h às 20h) e sábado (8h às 12h)
Entrada Gratuita

2. Galeria Municipal de Artes – São José dos Pinhais. Rua XV de Novembro, 1820, Centro, 83.005-000.
Visitação: de 03 a 29 de outubro
Horários: 8h às 17h
Entrada Gratuita

3. Biblioteca de Ciência e Tecnologia, Centro Politécnico UFPR, R. Evaristo F. Ferreira da Costa, 383 – Jardim das Américas, Curitiba – PR.
Visitação: de 06 a 28 de novembro
Horários e dias: segunda a sexta, 7h15 às 20h15
Entrada Gratuita