No Céu da Boca, baseada em obra de Jamil Snege, tem nova temporada no Teatro José Maria Santos
A peça No Céu da Boca, uma celebração ao autor curitibano Jamil Snege (1945–2003), inicia nova temporada no Teatro José Maria Santos. Com apresentações nos dias 30 e 31 de outubro e 1 e 2 de novembro, a montagem dirigida por Roddrigo Fôrnos é baseada na obra de um dos nomes mais originais da literatura paranaense contemporânea. Os ingressos estão à venda no Disk Ingressos.

Crédito – Nay Klim.
O espetáculo, que estreou no dia 25 de setembro, reforça o olhar do autor sobre o ser humano, suas contradições e fragilidades, tecendo uma narrativa a partir de contos e crônicas dos livros Como eu se fiz por mim mesmo e Como tornar-se invisível em Curitiba, entre outros. Ao lado de “Cabaré Haikai”, inspirada em Paulo Leminski, a montagem da Na Carreira Produções Artísticas propõe revisitar a obra de Jamil Snege, reafirmando sua importância e a irreverência que marcou sua trajetória.
“Montar uma peça a partir da sua obra não é apenas um gesto artístico, mas também um ato de preservação da memória literária de Curitiba. Snege foi um autor singular, cuja escrita, marcada por ironia, humor crítico e profundidade existencial, atravessa o íntimo e o social com a mesma intensidade”, ressalta o diretor.

Crédito – Nay Klim.
Snege deixou uma obra enxuta, mas muito contundente, que merece ser revisitada. Entre seus principais títulos, destaca-se Os verões da Grande Leitoa Branca, romance que mescla memória, fantasia e realidade, e que será relançado no mesmo mesmo dia da estreia da peça, em um projeto coordenado por seus filhos, Daniel e Jean Snege. Esse e outros outros três livros do autor (O jardim, a tempestade, Senhor e Para uma sociologia das práticas simbólicas) estarão à venda no teatro durante a temporada.
Outras obras de destaque do autor incluem Viver é prejudicial à saúde (2000), novela sobre a crise da meia-idade, Como eu se fiz por mim mesmo (1994), romance autobiográfico, O jardim, a tempestade, coletânea de contos curtos, Tempo Sujo (1968), novela de geração, protagonizada por uma juventude periférica sob a ditadura militar, e as crônicas de Como tornar-se invisível em Curitiba (2000).

Crédito – Nay Klim.
Essas obras o aproximaram da tradição modernista e, em especial, da verve inventiva de Paulo Leminski, de quem foi contemporâneo e amigo. “Leminski e Snege foram contemporâneos, publicitários e escritores que dialogaram com a cidade e com seu tempo, deixando uma obra que ainda pulsa e provoca. Ao revisitarmos Snege, reforçamos essa ponte de vozes que ajudaram a construir a identidade cultural de Curitiba”, ressalta Fôrnos.
O diretor lembra que a capital paranaense foi berço de um notável grupo de escritores que marcaram época e abriram caminhos na literatura brasileira, como Manoel Carlos Karam, Cristóvão Tezza, Miguel Sanchez Neto, Maria Nicolas, Adélia Woellner, Valêncio Xavier, Wilson Bueno, Alice Ruiz, Helena Kolody, Luci Colin e Dalton Trevisan. “Nosso propósito é criar espetáculos que, ao mesmo tempo, celebrem a genialidade desses autores e sensibilizem o público para a força da literatura que nasceu em Curitiba. Assim como Leminski mobilizou plateias, acreditamos que Jamil Snege, com seu estilo inconfundível, será capaz de despertar reflexões profundas e novas emoções”, afirma.

Crédito – Nay Klim.
Serviço
No Céu da Boca
Local: Teatro José Maria Santos – Rua Treze de Maio, 655 – São Francisco, Curitiba
Outubro
30 e 31 (quinta e sexta-feira), às 20h
Novembro
1 (sábado), às 17h e 20h
2 (domingo) às 11h
Ingressos: R$ 65,00 (inteira) e R$ 32,50 (meia-entrada), disponíveis no Disk Ingressos.
Classificação indicativa: 14 anos
